E as borboletas continuam..

sábado, 15 de dezembro de 2012

E a cada dia, vou me fechando um pouco mais, tecendo e tentando tapar todos os micro buracos desse meu casulo. Me encolho e torço para que o tempo e a vida passem mais rápido.
Bem, preciso explicar algumas coisas nessa história...
A princípio, queria que algumas outras pessoas se juntassem a mim aqui dentro.  Fui tecendo um casulo grande e espaçoso, para que todos pudessem e quisessem aqui se acomodar. Eu tive muito, muito trabalho, para construir sozinha algo tão grande em relação ao meu tamanho, mas valia a pena o esforço para estar com quem escolhi.
Durante certo tempo, fiquei muito orgulhosa de mim mesma, afinal, todos pareciam gostar do local. Se sentiam à vontade e eu ficava feliz de vê-los confortáveis. Éramos uma família feliz, e esse sentimento me bastava. Me satisfazia então, construir mais um pouquinho do nosso lar aqui e ali, para que cada vez mais, todos ficassem, assim como eu, mais satisfeitos. Com aquele sentimento de plenitude. De felicidade completa. De que nada faltava.
Pouco a pouco fui fechando a nossa casinha, já estava quase pronta, e foi então que, sabe-se lá porquê, algumas pessoas quiseram partir. Diziam que tinha sido ótimo, mas que gostariam de morar em outros casulos por algum tempo também.  Algumas simplesmente não falavam nada, simplesmente iam saindo à francesa, e quando eu via, já não mais ali dentro, elas estavam. Tudo bem, entendi que existe livre arbítrio e procurei ao máximo respeitar e apoiar as escolhar alheias. Disse a todos eles que se foram, que as portas estariam sempre abertas e que as visitas eram bem vindas.
Ainda assim, continuei com meu trabalho de tecelã, não me daria por vencida assim tão fácil. Teci todo o restante da estrutura e ainda por cima, mais uma porção de sonhos. Sobrou eu e você. Nós. Tanto dentro da nossa bolha, quanto dentro dos meus sonhos. Que por muito tempo, pensei serem seus também.
Era gostoso ficar ali dentro. Eu me sentia feliz como nunca na vida. Experimentei o melhor sentimento do mundo, e eu nunca vou esquecer desse sabor, era tudo tão bonito, parecia de outra cor... E foi então que eu descobri que era isso que as pessoas chamavam de amor.
 Desde que eu percebi a grandeza desse tesouro, o medo cresceu junto. Acho que tem a ver com aquilo de ganância, mas não dá nem pra se culpar por isso. Aquela vontade de ter, fazer, viver, cada vez mais amor e o medo de perdê-lo também. Foi então onde tudo mudou. Eu caí na minha própria armadilha.
Eu construí o casulo mais resistente de todos os tempos, tinham muitos e muitos laços e também muitos nós, para que ficasse bem firme, era algo indestrutível. Mas a casa foi ficando cheia com os nossos sentimentos que só cresciam, e eram de todos deles, dos melhores aos piores, e simplesmente não existia uma válvula de escape. Quando notei, o casulo já estava inchado.
Rapidamente, tentei arranjar uma solução eficaz, e fui desatando como louca nossos laços, afinal, os sentimentos tinham invadido e tomado conta de tal forma, que nem ar, nós tínhamos mais. Eu construí um lugar "perfeito", onde tínhamos muita abundância, não nos faltava nada, exceto por esse breve momento, onde nos faltou o mais vital. Ar.
Nessa busca pela sobrevivência, nos desgastamos muito, desfazendo os laços e nós, porém alguns deles, irreparáveis. Eu tinha tanto medo disso acontecer, que aconteceu. Você também se foi... com as muitas e mesmas promessas de visitas!
E eu fiquei aqui a sua espera. Tentando reconstruir esse casulo e torná-lo mais bonito e atraente pra você. Tentando te impressionar para fazer com que você quisesse voltar pra cá. Afinal, agora, com toda essa experiência, esse casulo sim, daria certo! Seria o melhor casulo do mundo! O mais flexível, com válvulas de escape, uma decoração irresistível e muito conforto.
Te esperava por tanto tempo, e nada, até que meu casulo ia murchando, e quando você chegava perto, aquela idéia de lugar perfeito, não mais condizia com o estado atual em que se encontrava. E eu sei que isso te assustava e te desestimulava a voltar. Enquanto eu me entristecia e pirava tentando reparar tudo para que da próxima vez, sim, estivesse como o planejado. Porém em vão, você demorava demais e eu não tinha mais todo esse ânimo e energia para enfeitá-lo pra você.
Hoje em dia, me encontro em um casulo feio, gasto, caindo aos pedaços em algumas partes. É um casulo machucado pelo tempo e pelas circunstâncias da vida. E me fecho aqui dentro. Já não há espaço para mais ninguém, mal para mim mesma. Mas de alguma forma, me sinto segura. Então fico eu aqui,  junto com minha solidão, vivendo a vida de lembranças e pensamentos passados.
Quando tenho coragem, dou uma olhada por entre as frestas e vejo o mundo. O mundo está diferente, e por ficar tanto tempo fechada, espremida, sufocada, aqui dentro, já não mais tenho vontade de sair. Perdi o que me era seguro, as minhas referências, e até hoje, ainda espero de alguma forma, o seu resgate.
Hoje tive uma idéia, eu resolvi fazer um pedido de ajuda. É uma tentativa de sobrevivência. Espero ser atendida por esses seres mágicos que eu tenho certeza existirem espalhados por aí.
"Posso virar borboleta?"

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"I'll let you stay with me if you surrender...."

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

você começou a dançar e eu a tocar violão, as individualidades e personalidades se transformaram em outros alguéns. talvez tenhamos trocado de lugar; talvez estejamos fingindo.
fingindo ter certeza do que queremos, fingindo ter certeza de que é passado.
às vezes.. bem, às vezes eu tenho a impressão de que acabou.. mas quando percebo que a cada dia eu me torno você e você se transforma em mim, percebo o quanto tudo - e digo tudo, porquê, é difícil resumir TUDO em outra palavra. todo aquele sentimento, todas aquelas histórias e recordações, tudo o que era verdade e o que a nossa memória fantasia ter sido. todo aquele amor, os sorrisos, o medo. aquele sentimento de felicidade plena; a sensação de ter o mundo nas mãos e a barriga infestada de borboletas - ainda está bem vivo aqui dentro. E me pergunto se aí também....






smells like teen spirit, right? haha.

"Nalgum lugar em que eu nunca estive
Alegremente além
De qualquer experiência
Teus olhos tem o seu silêncio
No teu gesto mais frágil
Há coisas que me encerram
Ou que eu não ouso tocar
Porque estão demasiado perto
Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
Embora eu tenha me fechado como dedos
Nalgum lugar
Me abres sempre pétala por pétala
como a primavera abre
Tocando sutilmente, misteriosamente
A sua primeira rosa
Ou se quiseres me ver fechado
Eu e minha vida
Nos fecharemos belamente, de repente
Assim como o coração desta flor imagina
A neve cuidadosamente descendo em toda a parte
Nada que eu possa perceber neste universo
Iguala o poder de tua intensa fragilidade
Cuja textura
Compele-me com a cor de seus continentes
Restituindo a morte e o sempre
Cada vez que respirar
Não sei dizer o que há em ti que fecha e abre
Só uma parte de mim compreende
Que a voz dos teus olhos
É mais profunda que todas as rosas
Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas"

e. e. cummings

domingo, 21 de outubro de 2012

Come as you are, as you were, as I want you to be.....'

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tô com sintomas de saudade....

Buenos Aires, janeiro de 2011.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

pássaros feridos.
pag 52.


- Você pode querer o que quiser, Frank, mas não vai alistar-se, por isso é melhor esquecer-se da ideia. Você ainda não tem tamanho para ser soldado.
      Frank ruborizou-se, seus lábios se juntaram; a estatura pequena sempre constituíra um dos seus pontos mais sensíveis. Na escola, sempre fora o menor dos garotos da classe, e brigava duas vezes mais do que qualquer outra pessoa por causa disso. Ultimamente, uma dúvida terrível principiara a invadi-lo, pois aos dezessete anos de idade media o mesmo metro e cinquenta e oito que media aos catorze; talvez tivesse parado de crescer. Só ele conhecia os sofrimentos a que submetia o corpo e o espírito, o estiramento, os exercícios, a esperança inútil.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Eu nunca pensei que isso fosse acontecer... nunca imaginei que fosse possível ou provável... Da mesma forma que quando juntos, não nos via separados, hoje separados, não nos vejo juntos.
Por tanto tempo eu quis me livrar desse sentimento louco que habitava meu corpo, e agora está indo embora completamente. Completamente. Isso me assusta e me alivia.
Quando a gente 'aprende' a lidar com certas coisas, big change. Seria essa a graça da vida? Seria o controlador do universo brincando comigo? Seria eu mesma me desafiando? Ou seria apenas o fim?
Que medo!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Abril me abriu um sorriso. Encanto.

A verdade é que eu quis muito escrever sobre você! Esse seu jeito meigo como o de quem entende de tudo o que eu falo, por mais sem sentido que seja. Ou às vezes até acha um sentido pros meus devaneios e delírios só pra não me deixar sem graça... É simplesmente tão adorável! Os seus olhos cintilantes e profundos e as leves piscadelas de cilhos longos.. Me encanta. Me encanta! Me encanta de tal forma que não consigo sair do clichê... Você fala de todos esses assuntos interessantes e me faz sentir amada. Confortável. Tranquila do seu lado, seja lá qual tenha sido o meu passado ou qual seja o meu futuro... Todas aquelas sensações que você me proporcionou.... Você me deu um nascer do sol, e por mais que pareça poético, foi literal! Foi a coisa mais linda que já me aconteceu... Você me tirou daquela festa com a sua moto, me levou pra pertinho do Cristo enquanto a cidade dormia... e a gente conversava sobre o mundo enquanto o dia nascia feliz... Enquanto o meu dia nascia tão feliz! A gente via as estrelas se apagando no céu e as luzes acendendo dentro dos blocos de concreto... Na imensidão daquela noite, no alto da cidade, você me deu uma alegria que não cabia no meu peito! E ainda não cabe... Você lembra daquela sensação de se sentir dentro do peso de papel em formato de globo... daqueles onde tudo é perfeito por dentro, e a gente estava alí. Salvos de toda essa amargura espalhada pelo mundo.
Você lembra de quando você me buscou lá na escola que eu dava aula? E a gente deu uma volta e contou sobre os nossos alunos... Você lembra do sol se pondo no final da praia? E daquele poema que você leu pra mim..... O meu sorriso bobo de orelha a orelha, me sentindo a pessoa mais sortuda do universo....
Eu só queria que você se sentisse assim também! Como eu acho que você sente quando está comigo, ou quando olha pra mim.........................Então,  POR QUÊ VOCÊ AINDA NÃO RESPONDEU A MINHA MENSAGEM?!?!?!

domingo, 2 de setembro de 2012

Busca.

Sem você eu não perdi só o meu chão, perdi a minha identidade.
Tentei descobrir quem eu realmente era. Ou quem eu queria ser. Foi difícil. Cortei o cabelo, coloquei um piercing no nariz. Você mudou o modo de se vestir e eu me perguntei se você estava procurando o mesmo que eu.
Por um momento me senti tão aliviada. Por outro, tive medo. Medo por você querer ser alguém cujo eu não faço parte da vida. E medo de EU querer ser alguém que queira você comigo para o resto da minha.