E as borboletas continuam..
segunda-feira, 4 de junho de 2012
"Depois de ter cortado todos os braços que se estendiam para mim; depois
de ter entaipado todas as janelas e todas as portas; depois de ter
inundado os fossos com água envenenada; depois de ter edificado minha
casa num rochedo inacessível aos afagos e ao medo; depois de ter lançado
punhados de silêncio e monossílabos de desprezo a meus amores; depois
de ter esquecido meu nome e o nome da minha terra natal; depois de me
ter condenado a perpétua espera e a solidão perpétua, ouvi contra as
pedras de meu calabouço de silogismos a investida húmida, terna,
insistente, da Primavera."
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